Soneto XXII
"Neste álamo sombrio, aonde a escura
Noite produz a imagem do segredo;
Em que apenas distingue o próprio medo
Do feio assombro a hórrida figura;
Aqui, onde não geme, nem murmura
Zéfiro brando em fúnebre arvoredo,
Sentado sobre o tosco de um penedo
Chorava Fido a sua desventura.
As lágrimas a penha enternecida
Um rio fecundou, donde manava
D’ânsia mortal a cópia derretida:
A natureza em ambos se mudava;
Abalava-se a penha comovida;
Fido, estátua da dor, se congelava."
-Cláudio Manuel da Costa.
Análise: O autor passa a angústia que o pastor Fido passa, que é tanta que acaba se misturando ao ambiente em que ele se encontra, ele quis passar essa metamorfose entre indivíduo e meio, interligando-os. O local é descrito como obscuro, assustador, quieto, rústico e misterioso e os sentimentos tristonhos, angustiados e doloridos dele acabam realizando uma conexão com o meio externo.
-Pedro Menendes
Esse blog tem como objetivo abordar temas da Literatura Brasileira, exclusivamente sobre o Barroco e o Arcadismo.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Análise de Marília de Dirceu Parte 1 - Lira XIV do autor Tomás Antônio Gonzaga
Lira XIV
"Minha bela Marília, tudo passa;
A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Estão os mesmos Deuses
Sujeitos ao poder impio Fado:
Apolo já fugiu do Céu brilhante,
Já foi Pastor de gado.
A devorante mão da negra Morte
Acaba de roubar o bem, que temos;
Até na triste campa não podemos
Zombar do braço da inconstante sorte.
Qual fica no sepulcro,
Que seus avós ergueram, descansado;
Qual no campo, e lhe arranca os brancos ossos
Ferro do torto arado.
Ah! enquanto os Destinos impiedosos
Não voltam contra nós a face irada,
Façamos, sim façamos, doce amada,
Os nossos breves dias mais ditosos.
Um coração, que frouxo
A grata posse de seu bem difere,
A si, Marília, a si próprio rouba,
E a si próprio fere.
Ornemos nossas testas com as flores.
E façamos de feno um brando leito,
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
Com os anos, Marília, o gosto falta,
E se entorpece o corpo já cansado;
triste o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho sempre alegre salta.
A mesma formosura
É dote, que só goza a mocidade:
Rugam-se as faces, o cabelo alveja,
Mal chega a longa idade.
Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça."
-Tomás Antônio Gonzaga
Percebo que nesta lira, o autor traz uma atitude típica de "Carpe diem" (Aproveite o dia). Ele propõe à amada que esta aproveite cada segundo de seu precioso tempo, antes que a beleza de sua mocidade se vá e que o tempo leve consigo sua formosura e, consequentemente, suas forças. Podemos incluir essa visão nos dias atuais nas nossas vidas de modo que busquemos aproveitar nosso tempo de forma mais sábia e proveitosa dando mais valor às coisas simples e verdadeiramente importantes da vida. Em suma, percebemos que o autor nos instiga a fazer uma reflexão necessária e singular à nossa realidade.
Referência: http://www.triplov.com/poesia/Tomas_Antonio_Gonzaga/Marilia_de_Dirceu/Marilia1/Lira_14.htm
- Allayne Souza
domingo, 30 de outubro de 2016
Biografia de Cláudio Manuel da Costa
Cláudio Manuel da Costa
Cláudio Manuel da Costa nasceu em mariana, minas gerais, em 1729 e morreu em 1789, em Ouro preto. Produziu poemas com temática pastoril, com estrutura perfeita de soneto, além de trazer reflexões sobre a vida, sobre a moral e sobre o amor.
O poeta é considerado o primeiro do movimento árcade no Brasil, embora ainda apresente tenha em suas obras, características barrocas em toda a sua obra, principalmente em relação aos estilos cultista e conceptista. Por isso, costuma-se dizer que Claudio é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo.
Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação de Vila Rica.
--> Trecho do poema Vila Rica, Canto VII :
O conceito, que pede a autoridade,
Necessária se faz uma igualdade
De razão e discurso; quem duvida,
Que de um cego furor corre impelida
A fanática idéia desta gente?
Que a todos falta um condutor prudente
Que os dirija ao acerto? Quem ignora
Que um monstruoso corpo se devora
A si mesmo, e converte em seu estrago
O que pensa e medita? Ao brando afago
Talvez venha ceder: e quando abuse
Da brandura, e obstinados se recuse
A render ao meu Rei toda a obediência,
Então porei em prática a violência;
Farei que as armas e o valor contestem
O bárbaro atentado; e que detestem
A preço do seu sangue a torpe idéia.
--> Outras obras do autor são:
- Culto Métrico, 1749.
- Munúsculo Métrico,1751
- Epicédio, 1753.
- Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio , 1768.
- O Parnaso Obsequioso e Obras Poéticas, 1768.
- Vila Rica, 1773.
- Poesias Manuscritas, 1779.
Referências:
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udio_Manuel_da_Costa
- http://brasilescola.uol.com.br/literatura/claudio-manuel-costa.htm
- http://www.soliteratura.com.br/biografias/biografias004.php.
Cláudio Manuel da Costa nasceu em mariana, minas gerais, em 1729 e morreu em 1789, em Ouro preto. Produziu poemas com temática pastoril, com estrutura perfeita de soneto, além de trazer reflexões sobre a vida, sobre a moral e sobre o amor.
O poeta é considerado o primeiro do movimento árcade no Brasil, embora ainda apresente tenha em suas obras, características barrocas em toda a sua obra, principalmente em relação aos estilos cultista e conceptista. Por isso, costuma-se dizer que Claudio é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo.
Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação de Vila Rica.
--> Trecho do poema Vila Rica, Canto VII :
O conceito, que pede a autoridade,
Necessária se faz uma igualdade
De razão e discurso; quem duvida,
Que de um cego furor corre impelida
A fanática idéia desta gente?
Que a todos falta um condutor prudente
Que os dirija ao acerto? Quem ignora
Que um monstruoso corpo se devora
A si mesmo, e converte em seu estrago
O que pensa e medita? Ao brando afago
Talvez venha ceder: e quando abuse
Da brandura, e obstinados se recuse
A render ao meu Rei toda a obediência,
Então porei em prática a violência;
Farei que as armas e o valor contestem
O bárbaro atentado; e que detestem
A preço do seu sangue a torpe idéia.
--> Outras obras do autor são:
- Culto Métrico, 1749.
- Munúsculo Métrico,1751
- Epicédio, 1753.
- Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio , 1768.
- O Parnaso Obsequioso e Obras Poéticas, 1768.
- Vila Rica, 1773.
- Poesias Manuscritas, 1779.
Referências:
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udio_Manuel_da_Costa
- http://brasilescola.uol.com.br/literatura/claudio-manuel-costa.htm
- http://www.soliteratura.com.br/biografias/biografias004.php.
-Isabel Mariano
Biografia de José Basilio da Gama
José Basilio da Gama
Basilio foi um poeta luso-brasileiro que escrevia sobre pseudonímo. José Nasceu no arraial de São José do Rio das Mortes em 10 de abril de 1740, depois São José d'El Rei (hoje cidade de Tiradentes) Minas Gerais. O seu pai foi Manuel da Costa Vila-Boas, capitão-mor do Novo Descobrimento, e sua mãe foi uma das netas do oficial militar Leonel da Gama Belles.
Em 1757, já órfão de pai, começou a frequentar o Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro. Quando, dois anos depois, em 1759, Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela, ordenou fechar o colégio, como parte da campanha de perseguição movida pela Coroa de Portugal contra a Companhia de Jesus, o jovem Basílio manteve-se fiel à sua vocação e seguiu para Roma, à procura do apoio da igreja católica para a sua fé.
Entre os anos de 1760 e 1766 foi admitido, graças ao poeta Michel Giuseppe Morei na Arcádia Romana, com o pseudônimo de "Termendo Sipilho". O fato de um poeta da Brasil colônia ter sido admitido em uma agremiação tão importante quanto a Arcádia Romana pressupõe que, quase certamente, ele teria sido recomendado pelo clero jesuítico português.
No decorrer de 1768 está de novo no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, mas retorna à Europa, dirigindo-se para Coimbra. Nesta ocasião foi detido em Lisboa, acusado de simpatia para com os jesuítas. Em troca da liberdade, prometeu às autoridades ir viver em Angola. Logo em seguida, buscando evitar o degredo, capitulou diante do poder exercido pelo futuro Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal, responsável direto pela perseguição aos jesuítas.
Num período em que estava em Lisboa veio a falecer, em 31 de julho de 1795, tendo sido sepultado na Igreja da Boa Hora.
Principais Obras:
Epitalâmio às núpcias da Sra. D. Maria Amália (1769)
O Uraguai (1769)
A declamação trágica (1772)
Os Campos Elíseos (1776)
Relação abreviada da República e Lenitivo da saudade (1788)
Quitúbia (1791)
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlio_da_Gama
http://educacao.uol.com.br/biografias/basilio-da-gama.htm
http://www.soliteratura.com.br/arcadismo/arcadismo05.php
- Aleksandher Pacheco
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Biografia de Tomás Antônio Gonzada (Dirceu)
Tomás Antônio Gonzaga
Tomás Antônio Gonzaga nasceu na cidade do Porto, Portugal, em 11 de agosto de 1744, filho de pai brasileiro e mãe Português-Inglês.
Ele recebeu sua educação no Brasil e, em seguida, foi para Portugal para estudar Direito na Universidade de Coimbra.
Gonzaga é um poeta árcade que ficou conhecido pela obra Marília de Dirceu. É lembrado por ter participado da Inconfidência Mineira, atuação que lhe rendeu um tempo na prisão e a extradição para Moçambique. Era apaixonado por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, identificada como a Marília de seus poemas, mas acabou se casando com Juliana de Sousa Mascarenhas.
Tomás é conhecido como Dirceu e é considerado um dos maiores poetas do Arcadismo brasileiro. Seus versos, fugindo à tendência da época, são marcados por expressão própria. É possível perceber que em poemas, há uma grande presença dos elementos do arcadismo, como a natureza, o bucólico e o pastoril. Gonzaga colocava muitas declarações para a amada em seus poemas, por isso é possível ver com clareza características românticas em suas obras.
Como Dirceu é considerado um dos maiores poetas do Arcadismo, vale lembrar que o Arcadismo tem como características: a busca por uma vida simples, pastoril, a valorização da natureza e do viver o presente (pensamentos causados por inspiração a frases de Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”- aproveite o dia).
-->Suas principais obras são:
-Marília de Dirceu;
-Cartas Chilenas;
-Tratado de Direito Natural.
Referências:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/tomas-antonio-gonzaga/tomas-antonio-gonzaga.php
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_Ant%C3%B4nio_Gonzaga
http://brasilescola.uol.com.br/literatura/arcadismo-brasil.htm
- Letícia Gomes.
Biografia do Frei José de Santa Rita Durão
José de Santa Rita Durão
José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, Minas Gerais, em 1722. Seus estudos tiveram início com os jesuítas no Rio de Janeiro. Doutorou-se em Teologia e Filosofia pela Universidade de Coimbra e ingressou na Ordem de Santo Agostinho. Nesse período, por volta de 1759, fez uma pregação contra os padres da Companhia de Jesus pela expulsão dos jesuítas, mas depois se arrependeu.
Viajou pela Espanha, Itália e França, quando publicou seu poema épico chamado Caramuru, em 1781, o qual tem como subtítulo “Poema épico do Descobrimento da Bahia". O poema segue a estrutura dos versos camonianos (de Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.
Os 10 cantos citados acimas são:
- Canto VII [Entre outros bichos de que o bosque abunda]
- Canto VII [Vão pelo ar loquazes papagaios]
- Canto VII [Vêem-se cobras terríveis, monstruosas]
- Canto II [Acaso soube que a Gupeva viera]
- Canto VII [Distingue-se entre as mais na forma e gosto]
- Canto VI [É fama então que a multidão formosa]
- Canto II [Não era assim nas aves fugitivas]
- Canto VII [Das frutas do país a mais louvada]
- Canto VII [O mais rico e importante vegetável]
- Canto IV [Se o sacro ardor, que ferve no meu peito]
-Maria Fernanda
José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, Minas Gerais, em 1722. Seus estudos tiveram início com os jesuítas no Rio de Janeiro. Doutorou-se em Teologia e Filosofia pela Universidade de Coimbra e ingressou na Ordem de Santo Agostinho. Nesse período, por volta de 1759, fez uma pregação contra os padres da Companhia de Jesus pela expulsão dos jesuítas, mas depois se arrependeu.
Viajou pela Espanha, Itália e França, quando publicou seu poema épico chamado Caramuru, em 1781, o qual tem como subtítulo “Poema épico do Descobrimento da Bahia". O poema segue a estrutura dos versos camonianos (de Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.
Os 10 cantos citados acimas são:
- Canto VII [Entre outros bichos de que o bosque abunda]
- Canto VII [Vão pelo ar loquazes papagaios]
- Canto VII [Vêem-se cobras terríveis, monstruosas]
- Canto II [Acaso soube que a Gupeva viera]
- Canto VII [Distingue-se entre as mais na forma e gosto]
- Canto VI [É fama então que a multidão formosa]
- Canto II [Não era assim nas aves fugitivas]
- Canto VII [Das frutas do país a mais louvada]
- Canto VII [O mais rico e importante vegetável]
- Canto IV [Se o sacro ardor, que ferve no meu peito]
-Maria Fernanda
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Questões sobre o Barroco encontradas no ENEM
(ENEM 2012)
Questão 131:
(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
gabarito oficial: 1. B
Resolvendo passo-a-passo:
As artes plásticas do barroco, no Brasil, só desenvolveram grande impulso, no século XVIII, também conhecido como “século do ouro”. Nesse período, as igrejas seguiam as influências barrocas em sua construção, junto aos preceitos da Contrarreforma, com o intuito de reforçar o sentimento religioso, o que confirma a letra B. As letras A, C e E estão erradas porque, nas artes plásticas, as obras seguiam as demandas de corporações eclesiásticas e voltava-se também à exigência de um público aristocrático.
⦁ (ENEM 2014)
Questão 111
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela Alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.
(DAMASCENO, D. Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: 2006)
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
(A) visão cética sobre as relações sociais.
(B) preocupação com a identidade brasileira.
(C) crítica velada à forma de governo vigente.
(D) reflexão sobre dogmas do Cristianismo.
(E) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
Gabarito oficial: C
Comentário:
O texto de Gregório de Matos apresenta uma intertextualidade clara com as Sagradas Escrituras. Para resolver a questão, o candidato deve recordar as características da poética daquele escritor. O poeta barroco utilizava sua literatura como meio de criticar a sociedade de sua época, ainda que o fizesse por meio de metáforas, como ocorre no texto acima.
⦁ (ENEM 2013)
Questão 107
O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem
a) informal, com estruturas e léxico coloquiais.
b) regional, com termos característicos de uma região.
c) técnica, com termos de áreas específicas.
d) culta, com domínio da norma padrão.
e) lírica, com expressões e termos empregados em sentido figurado.
Gabarito oficial: E
Comentário:
Temos como exemplo de forma lírica o trecho: "mas vós lho não podíeis dar" [...], a linguagem lírica predomina-se nas cantigas Barrocas, marcadas pela sua forma de escrita e seu sentido figurado, que nos faz pensar mais ao assunto do texto.
(Esta questão que achamos, não tinha gabarito, por isso eu e a aluna "Maria Fernanda Muniz" fizemos nosso próprio gabarito e comentário, pedimos à vocês do grupo que nos ajude e nos corrija se estiver algo errado em nossas conclusões, favor colocar isso nos comentários por favor) Ass: Aleksandher e Maria.
QUESTÃO 110
Casa dos Contos
& em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
nto & em cada arco te a
barco & em cada porta m
e perco & em cada lanço t
e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
dra te prendo & em cada g
rade me escravo & em ca
da sótão te sonho & em cada
esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
m cada fosso me enforco &
(ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.)
O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que
(A) a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social.
(B) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira.
(C) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita.
(D) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários.
(E) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.
Gabarito oficial : E
Comentário
Esta é uma questão de nível difícil, pois – em uma leitura desatenta – o estudante pode não perceber a relação entre o texto de 1975 e a produção literária do século XVIII. O aluno deve observar que o poema usado no Exame tem características estéticas do Concretismo, mas sua referência são os poetas árcades, envolvidos com a Inconfidência Mineira.
A primeira referência ao movimento literário do século XVIII é o título: “Casa dos Contos” é um dos prédios do sistema de museus de Ouro Preto (antiga Vila Rica). A construção foi, originalmente, a “Casa de Contratos”, destinada ao recolhimento de impostos; no entanto, em 1789, passou a ser a Sede da Administração e Contabilidade Pública da Capitania de Minas Gerais (daí ser chamada Casa dos Contos) e serviu de prisão aos Inconfidentes (entre eles, os Tomás Antônio Gonzaga e Claudio Manoel da Costa).
O estudante deve perceber que o poema é uma descrição do prédio onde os inconfidentes foram presos: “… em cada porta…”, “… em cada arco…”, “… em cada porta”…, “… em cada fosso…”, “… em cada Claudio…”.
Questão 131:
(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
gabarito oficial: 1. B
Resolvendo passo-a-passo:
As artes plásticas do barroco, no Brasil, só desenvolveram grande impulso, no século XVIII, também conhecido como “século do ouro”. Nesse período, as igrejas seguiam as influências barrocas em sua construção, junto aos preceitos da Contrarreforma, com o intuito de reforçar o sentimento religioso, o que confirma a letra B. As letras A, C e E estão erradas porque, nas artes plásticas, as obras seguiam as demandas de corporações eclesiásticas e voltava-se também à exigência de um público aristocrático.
⦁ (ENEM 2014)
Questão 111
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela Alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.
(DAMASCENO, D. Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: 2006)
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
(A) visão cética sobre as relações sociais.
(B) preocupação com a identidade brasileira.
(C) crítica velada à forma de governo vigente.
(D) reflexão sobre dogmas do Cristianismo.
(E) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
Gabarito oficial: C
Comentário:
O texto de Gregório de Matos apresenta uma intertextualidade clara com as Sagradas Escrituras. Para resolver a questão, o candidato deve recordar as características da poética daquele escritor. O poeta barroco utilizava sua literatura como meio de criticar a sociedade de sua época, ainda que o fizesse por meio de metáforas, como ocorre no texto acima.
⦁ (ENEM 2013)
Questão 107
O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem
a) informal, com estruturas e léxico coloquiais.
b) regional, com termos característicos de uma região.
c) técnica, com termos de áreas específicas.
d) culta, com domínio da norma padrão.
e) lírica, com expressões e termos empregados em sentido figurado.
Gabarito oficial: E
Comentário:
Temos como exemplo de forma lírica o trecho: "mas vós lho não podíeis dar" [...], a linguagem lírica predomina-se nas cantigas Barrocas, marcadas pela sua forma de escrita e seu sentido figurado, que nos faz pensar mais ao assunto do texto.
(Esta questão que achamos, não tinha gabarito, por isso eu e a aluna "Maria Fernanda Muniz" fizemos nosso próprio gabarito e comentário, pedimos à vocês do grupo que nos ajude e nos corrija se estiver algo errado em nossas conclusões, favor colocar isso nos comentários por favor) Ass: Aleksandher e Maria.
QUESTÃO 110
Casa dos Contos
& em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
nto & em cada arco te a
barco & em cada porta m
e perco & em cada lanço t
e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
dra te prendo & em cada g
rade me escravo & em ca
da sótão te sonho & em cada
esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
m cada fosso me enforco &
(ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.)
O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que
(A) a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social.
(B) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira.
(C) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita.
(D) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários.
(E) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.
Gabarito oficial : E
Comentário
Esta é uma questão de nível difícil, pois – em uma leitura desatenta – o estudante pode não perceber a relação entre o texto de 1975 e a produção literária do século XVIII. O aluno deve observar que o poema usado no Exame tem características estéticas do Concretismo, mas sua referência são os poetas árcades, envolvidos com a Inconfidência Mineira.
A primeira referência ao movimento literário do século XVIII é o título: “Casa dos Contos” é um dos prédios do sistema de museus de Ouro Preto (antiga Vila Rica). A construção foi, originalmente, a “Casa de Contratos”, destinada ao recolhimento de impostos; no entanto, em 1789, passou a ser a Sede da Administração e Contabilidade Pública da Capitania de Minas Gerais (daí ser chamada Casa dos Contos) e serviu de prisão aos Inconfidentes (entre eles, os Tomás Antônio Gonzaga e Claudio Manoel da Costa).
O estudante deve perceber que o poema é uma descrição do prédio onde os inconfidentes foram presos: “… em cada porta…”, “… em cada arco…”, “… em cada porta”…, “… em cada fosso…”, “… em cada Claudio…”.
- Aleksandher e Maria Fernanda
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Informações e alguns exemplos sobre Arquitetura Barroca
Arquitetura Barroca
A arquitetura barroca está fortemente interligada a Igreja Católica, pois ela se manifestou com destaque somente em países católicos e em muitas obras da igreja em seu tempo.
A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral.
O barroco chegou ao Brasil no século XVIII, pelos portugueses, cem anos após seu início na Europa. Quando chegou ao Brasil, sofreu fortes influências francesas, italianas e espanholas. O barroco iniciou-se no Brasil no Nordeste e Sudeste, mas, foi se espalhando pelo país ao longo dos anos.

Interior da igreja e mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro

Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos, em Congonhas
Fonte: https://arquiteturadobrasil.wordpress.com/o-barroco-no-brasil/
https://michelechristine.wordpress.com/a-arquitetura/arquitetura-barroca/
-Pedro Menendes
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Análise do soneto "Amor Fiel" de Gregório de Matos
Amor Fiel
“ Ó tu do meu amor fiel traslado
Mariposa entre as chamas consumida,
Pois se à força do ardor perdes a vida,
A violência do fogo me há prostrado.
Tu de amante o teu fim hás encontrado,
Essa flama girando apetecida;
Eu girando uma penha endurecida,
No fogo que exalou, morro abrasado.
Ambos de firmes anelando chamas,
Tu a vida deixas, eu a morte imploro
Nas constâncias iguais, iguais nas chamas.
Mas ai! que a diferença entre nós choro,
Pois acabando tu ao fogo, que amas,
Eu morro, sem chegar à luz, que adoro.”
-Gregório de Matos
Gregório de Matos, sempre opta por, através da contradição, evidenciar em seus poemas a importância pessoal das coisas. É dessa forma que ele costuma analisar as características do estilo barroco. No soneto acima, o amor (neste caso concebido e perdido) é comparado à morte da amada, como se fosse uma oposição entre a luz (amor) e a escuridão (morte). Veja que a morte da amada está em um sentido figurado, o que significa que a amada entregou-se a outro amor, outro fogo, é isto que o poeta considera como morte. Vida, para o poeta, é o amor que ele próprio sente. E ainda neste soneto podemos encontrar metáforas que são frequentes na poesia barroca. (“Fogo” para o amor e “Luz” para a amada).
-Allayne Souza
Referência:https://www.mensagenscomamor.com/poemas-gregorio-de-matos
Informações e alguns exemplos sobre as Pinturas e as Músicas Barrocas
O barroco foi desenvolvido em um tempo de conflito entre antropocentrismo e teocentrismo, a arte barroca era extremamente relacionado a essa oposição. Para provocar o observador da obra barroca, o artista usava de um sensualismo e uma idealização amorosa que abusava das possíveis cenas cotidianas, dos temas religiosos e das cenas mitológicas.
A harmonia que o autor da obra queria passar esteve sempre em comunhão com tudo que estava ali expresso na sua produção. O conjunto harmonioso da obra era o essencial nessa arte.
Pinturas barrocas:

Pintura de Gênero Holandesa (séc. XVII).

Las Meninas, de Diego Velázquez, feito em Prado
Músicas Barrocas:
Uma mudança no mundo da música ocorreu no barroco, pois os ritmos, que até então e Novos tons dentro das escalas diatônicas foram acrescentados, a composta por oito notas, que ao contrário do modo antigo, eram usados apenas um tom constante e idênticos. A partir da influência da música barroca, um novo gênero nasceu: um drama cantado, as notáveis óperas.
No Brasil, a música barroca se manifestou através de poucos compositores, O principal artista da música barroco Brasileira foi Padre José Nunes Garcia (considerado uma grande glória brasileira)
-Gradual de São Sebastião;

Las Meninas, de Diego Velázquez, feito em Prado
Músicas Barrocas:
Uma mudança no mundo da música ocorreu no barroco, pois os ritmos, que até então e Novos tons dentro das escalas diatônicas foram acrescentados, a composta por oito notas, que ao contrário do modo antigo, eram usados apenas um tom constante e idênticos. A partir da influência da música barroca, um novo gênero nasceu: um drama cantado, as notáveis óperas.
No Brasil, a música barroca se manifestou através de poucos compositores, O principal artista da música barroco Brasileira foi Padre José Nunes Garcia (considerado uma grande glória brasileira)
-Gradual de São Sebastião;
-Gradual Dies Sanctificatus ;
-A solidão da noite ;
REFERÊNCIAS:
- http://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-arte-barroca-na-pintura.htm
- http://arte-barroca.info/musica-barroca.html
-Isabel Mariano
-A solidão da noite ;
REFERÊNCIAS:
- http://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-arte-barroca-na-pintura.htm
- http://arte-barroca.info/musica-barroca.html
-Isabel Mariano
domingo, 9 de outubro de 2016
Informações e alguns exemplos sobre a Literatura e Esculturas Barrocas
Literatura Barroca:
O período em que a literatura barroca se fez presente na história da literatura brasileira, foi logo após o período do renascimento. A palavra “Barroco”, de acordo com a origem mais aceita, veio da palavra “Barueco” que significa pérola ou jóia irregular. Isso foi associado devido às criticas que, segundo os clássicos era irregular e de mau gosto.
A literatura barroca no Brasil foi introduzida pelos portugueses. Por isso, a produção literária nesse período não é reconhecida como nativa do Brasil, mas sim como um estilo absorvido pelos brasileiros no período colonial.
Com linguagem dramática e cheia das figuras de linguagem, (hipérboles, metáforas, anacolutos e antíteses), o barroco era a arte do contraste e do conflito. Fé x razão, corpo x alma, vida x morte, entre outros. Em todas as produções deste estilo essa característica é marcante, mas nem sempre expondo apenas os contrários, mas integrando um ao outro.
Marcada pelo desencantamento com o mundo e com o ser humano, a arte barroca exprimia em sua concepção a ideia de que tudo é passageiro, e de que tudo muda.
Esculturas Barrocas:
As esculturas barrocas eram símbolos de devoção, por isso, eram encontradas tanto nas igrejas quanto nas casas. As primeiras esculturas barrocas que chegaram ao Brasil eram de origem portuguesa, e ao longo do período barroco, as importações continuaram. Entretanto no século XVII foram criadas, pelos religiosos Franciscanos e Beneditinos, escolas que ensinavam a arte de esculpir, e o suporte usado por eles era o barro.
As escolas mais importantes estavam localizadas em Salvador e Pernambuco, as mesmas produziam peças de alta qualidade. Por falta de assinaturas, algumas esculturas permanecem anônimas, pois somente a análise de estilo não são suficientes para determinar o autor da obra.
O escultor, arquiteto e decorador Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho e o Pintor Manuel da Costa Ataíde são os principais representantes da Arte Barroca no Brasil. Ambos criaram estilo próprio de construir usas obras.
Minas Gerais é considerado um lugar de grande produção barroca, pois era um estado rico e cheio de minas, por esse motivo o século em que o barroco brasileiro estava no auge foi chamado de século do ouro.
Exemplos de esculturas barrocas:

Relevo no pórtico da Igreja de São Francisco em São João del-Rei.

Retábulo da capela-mor da Igreja de São Francisco em São João del-Rei.
Cena do carregamento da cruz (obra de Aleijadinho), na Via Sacra de Congonhas
Esculturas dos Sete Povos das Missões no Rio Grande do Sul.
Referencias:
http://brarrocando.blogspot.com.br/2011/12/escultura-barroca-no-brasil.html
Sermão da Sexagésima - Análise de um trecho
Trecho do “Sermão da Sexagésima” de Padre Antônio Vieira
“Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há um homem que em um sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos omnipotente, assim a sua palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, porque não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.”
Análise:
Padre Antônio, em minha opinião, está querendo questionar o modo como pregamos a palavra de Deus e se os que pregam realmente seguem aquilo que dizem. A hipocrisia dos que nos passam os ensinamentos de Deus, a palavra deve ser passada além da fala, com exemplos. Que confiança você teria em um cardiologista que se alimenta incessantemente de frituras? O problema não está no provedor das bênçãos, da palavra, que é Deus, nem no receptor ou ouvinte, mas sim no intermediário entre eles que seria o pregador.
-Pedro Menendes
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Análise do poema "Buscando a Cristo" de Gregório de Matos
Análise do poema "Buscando a Cristo"
"A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me
A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme."
-Gregório de Matos
Gregório com esse poema, na minha visão quis trazer a infinidade do amor de Deus e o seu perdão absoluto, outra coisa que percebi, é que o poeta associa a cada parte do corpo crucificado uma ação dele, ao mesmo tempo que os braços de Cristo estão abertos para receber, estão cravados para o castigar. Gregório traz também várias características do Barroco como a anáfora (repetição de palavras no inicio de dois ou mais versos), e contradição amorosa. O autor também traz em muitas partes do texto o uso de metonímias, na última estrofe podemos perceber a presença de fusionismo, que é o desejo do fiel de se achegar mais a Deus ficar mais junto à Ele. O sistema de rimas utilizado segue um certo padrão.
-Aleksandher Pacheco Santos
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