segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Análise do soneto XXII de Cláudio Manuel da Costa.

                                                            Soneto XXII

"Neste álamo sombrio, aonde a escura
Noite produz a imagem do segredo;
Em que apenas distingue o próprio medo
Do feio assombro a hórrida figura;

Aqui, onde não geme, nem murmura
Zéfiro brando em fúnebre arvoredo,
Sentado sobre o tosco de um penedo
Chorava Fido a sua desventura.

As lágrimas a penha enternecida
Um rio fecundou, donde manava
D’ânsia mortal a cópia derretida:

A natureza em ambos se mudava;
Abalava-se a penha comovida;
Fido, estátua da dor, se congelava."
                                                            -Cláudio Manuel da Costa.


Análise: O autor passa a angústia que o pastor Fido passa, que é tanta que acaba se misturando ao ambiente em que ele se encontra, ele quis passar essa metamorfose entre indivíduo e meio, interligando-os. O local é descrito como obscuro, assustador, quieto, rústico e misterioso e os sentimentos tristonhos, angustiados e doloridos dele acabam realizando uma conexão com o meio externo.

                                                                   -Pedro Menendes

7 comentários:

  1. Podemos observar que o autor abrange diversos temas neste soneto, dentre eles as angústias amorosas, no qual destacamos que essa angústia nos proporciona uma imensa solidão, que é sombria, escura e que nos causa medo. Como é visto, há muitas contradições sobre o amor, podemos ver que ele é um eterno doce tormento ou ele gera uma ação mortal quase imediata, como é mostrado neste soneto com a morte de Fido. Poderíamos associar essa obra ao bucólico, mas como é uma poesia melancólica, alarmada, não refere-se a vida tranquila no campo.

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  2. Claudio foi considerado o primeiro artista do arcadismo, e em seus poemas e sonetos pode- se perceber algumas características do barroco, como o conceptismo e cultismo. Além da presença das características do arcadismo, como o bucolismo, que é a busca pelos valores da natureza e o nativismo, que são as referências à terra e ao mundo natural.
    Um trecho que mostra isso é:
    "A natureza em ambos se mudava; 
    Abalava-se a penha comovida; 
    Fido, estátua da dor, se congelava."

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  3. Neste soneto o autor traz uma descrição sombria e muito obscura, ele descreve uma ocasião em que o Pastor Fido passa, podemos observar a exaltação da natureza como uma das características do arcadismo, podemos ver também a objetividade do texto, que é trago do início ao fim. A análise foi muito boa e descreve bastante oque o texto nos traz, acho que Pedro poderia usar outras palavras, que no texto foram muito repetidas, fora isso, a análise me ajudou muito a entender o texto.

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  4. Neste soneto, o autor passa para nós relatos de uma fase obscura, triste, sombria, que são adversidades que podemos passar na vida. Também é relatado a mudança da natureza, que além da busca pela vida pastoril, é uma caracterização bem presente no arcadismo.

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  5. Percebe-se que o autor neste soneto abrange variados assuntos, como angústias amorosas, entre outros, além disso ele retrata um estágio obscuro e sombrio. Ademais ele descreve um acontecimento que Fido presenciou, onde há a presença de uma das características do arcadismo, o bucolismo, que é a busca pelos valores da natureza, que fazem referências à terra e ao mundo natural. A análise está muito boa, Parabéns!

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  6. Neste soneto o autor apresenta uma descrição bem obscura sobre as angústias do amor, no qual, são obstáculos em que passamos no nosso dia. Foi relatado com bastante intensidade a dor de Fido, que ao chorar, um rio fecundou.
    Neste soneto é bastante perceptível uma das características do barroco: estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos; aonde se demonstra bastante sentimento.
    A análise está ótima, a aluna está de parabéns!!

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