segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Questões sobre o Arcadismo

1. (FESP) Assinale o que não se refere ao Arcadismo:

a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade.
b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a verdade, a perfeição, a imitação da natureza).
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de figuras.
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres.
e) Apóia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat (“corta o que é inútil”).

GABARITO: 1. C

Comentários/Resolução/Passo-a-passo:

A escola árcade tinha seu contexto histórico no século XVIII, período em que há uma alteração significativa sobre o comportamento humano com o predomínio da visão antropocêntrica e a liberdade de expressão, junto às influências culturais e científicas do Renascimento, o que confirma as alternativas A e B. Além disso, na temática árcade percebemos um cultivo ao sentimento pastoril e uma forte relação do homem com o ambiente campestre, o que aborda um contraste com o cenário urbano, descrito pelos árcades como um ambiente que influencia os indivíduos à valorização de bens materiais, o que torna o ambiente urbano um cenário conturbado e caótico. O lema árcade “Inutilia Truncat” aborda essa relação, pois cortando o inútil, no caso, os desejos supérfluos, há uma valorização da simplicidade e, consequentemente, uma vida mais feliz, de forma que também confirma as alternativas D e E. Já na letra C, essas características fazem referência à estética literária do Barroco.

2. (UFPR) Leia o poema abaixo:

“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”

O texto tem traços que caracterizam o período literário ao qual pertence. Uma qualidade patente nesta estrofe é:

a) o bucolismo;
b) o misticismo;
c) o nacionalismo;
d) o regionalismo;
e) o indianismo.

GABARITO: 2. A

Comentários/Resolução/Passo-a-passo:

As alternativas B, C, D e E não fazem relação com a estética árcade, uma vez que o misticismo só surge na temática literária em meados do século XIX, e não há características de predomínio nacionalista. Ademais, no poema, há a presença do convencionalismo amoroso, aspecto presente na literatura árcade e o eu lírico não aprofunda uma descrição de uma região específica, tampouco explora sobre o tema indianista. Com isso, percebemos que a letra A aborda sobre a qualidade do bucolismo, que consiste na referência ao ambiente campestre e na simplicidade da vida no campo, mas que pode proporcionar a felicidade pelos pequenos momentos.

3. (UFSC) Considere as afirmativas sobre Barroco e o Arcadismo:

1. Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos antigos gregos e romanos.
2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos vocábulos raros.
3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de poesia-clareza-harmonia.
4. Emprego frequente de trocadilhos e de perífrases – malabarismos verbais – oratória.
5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – espírito cristão antiterreno

Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo:

a) 1, 4 e 5
b) 2, 3 e 5
c) 2, 4 e 5
d) 1 e 3
e) 1, 2 e 5

GABARITO: 3. D

Comentários/Resolução/Passo-a-passo:

Dado o entendimento do enunciado, as alternativas podem conter informações sobre o período Barroco. Percebemos esses aspectos nos itens 2, 4 e 5 (correspondente às letras A, B, C e E). No barroco, devido à dualidade de pensamentos entre as visões teocêntrica e antropocêntrica, há uma oposição entre os ideais do eu lírico, com isso, percebemos a presença de trocadilhos e figuras de linguagem como antítese e paradoxo, que expressam o contraste dessas ideias. Além disso, na linguagem barroca, há uma valorização sobre a norma culta e erudita, com a presença de vocábulos raros. Já na letra D, os itens 1 e 3 abordam sobre as características árcades, uma vez que há uma valorização sobre as influências renascentistas e a predominância da harmonização de ideias, como também a presença de um vocabulário mais simples.

4. (Santa Casa SP)

Texto I
“É a vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.”

Texto II
“Depois que nos ferir a mão da morte,
ou seja neste monte, ou noutra serra,
nossos corpos terão, terão a sorte
de consumir os dous a mesma terra.”

O texto I é barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, é possível afirmar que os árcades optaram por uma expressão:

a) impessoal e, portanto, diferenciada do sentimentalismo barroco, em que o mundo exterior era projeção do caos interior do poeta.
b) despojada das ousadias sintáticas da estética anterior, com predomínio da ordem direta e de vocábulos de uso corrente.
c) que aprofunda o naturalismo da expressão barroca, fazendo que o poeta assuma posição eminentemente impessoal.
d) em que predominam, diferentemente do Barroco, a antítese, a hipérbole, a conotação poderosa.
e) em que a quantidade de metáforas e de torneios de linguagem supera a tendência denotativa do Barroco.

GABARITO: 4. B

Comentários/Resolução/Passo-a-passo:

O texto barroco faz uso do predomínio de figuras de linguagem, carregando um alto valor subjetivo, como também a presença de uma linguagem mais rebuscada. Já o arcadismo busca um discurso mais objetivo, junto a uma harmonização de ideias e uma linguagem mais simples, o que confirma a letra B. As outras alternativas (A, C, D e E) cultivam aspectos presentes na literatura barroca, escola anterior à literatura árcade.
                                                        
                                                          - Allayne Souza e Pedro Tostes

sábado, 19 de novembro de 2016

Análise do poema "Temei, Penhas..." de Cláudio Manuel da Costa



          Temei, Penhas...


"Destes penhascos fez a natureza

O berço em que nasci: oh! quem cuidara

Que entre penhas tão duras se criara

Uma alma terna, um peito sem dureza!



Amor, que vence os tigres, por empresa

Tomou logo render-me; ele declara

Contra meu coração guerra tão rara

Que não me foi bastante a fortaleza.



Por mais que eu mesmo conhecesse o dano

A que dava ocasião minha brandura,

Nunca pude fugir ao cego engano;



Vós que ostentais a condição mais dura,

Temei, penhas, temei: que Amor tirano

Onde há mais resistência mais se apura."


Cláudio Manuel produziu poemas com temática pastoril, com estrutura perfeita de soneto, além de trazer reflexões sobre a vida, sobre a moral, sobre a natureza e sobre o amor.

Neste poema, Cláudio fala sobre o amor, mas também fala sobre a natureza.

Na primeira estrofe, ele diz que foi feito da natureza, nascido das pedras, mas não sofreu nenhuma influencia de onde foi gerado. "Uma alma terna, um peito sem dureza".

Quando ele encontra o amor, que no caso é na segunda estrofe, ele é tomado pela paixão e diz que o amor é capaz de vencer qualquer barreira. Logo depois, ele diz que por mais que ele sofra por amor, seu sofrimento não pode ser comparado ao de uma pessoa que resiste ao amor.

"Vós que ostentais a condição mais dura. Temei, penhas, temei: que Amor tirano. Onde há mais resistência mais se apura."


                                                            - Letícia Gomes

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Análise do poema do Bocage


"Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira.

Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,
Mais tristeza que a noite me causara."

ANÁLISE:

Nesse poema, pode perceber características bem marcantes do arcadismo, como a busca pelos valores da natureza, referências à terra e ao mundo natural, estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos e exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza
No trecho abaixo, nota-se o nativismo, que são referências à terra e ao mundo natural: 

“Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira.”

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Cartas Chilenas

As Cartas Chilenas são 13 cartas escritas por Tomás Antônio Gonzaga (Critrilo-pseudônimo do autor que por muito tempo ficou obscuro), relatando os desmandos, atos corruptos, nepotismo, abusos de poder, falta de conhecimento e tantos outros erros administrativos, jurídicos e morais quanto pudessem ser relatados em versos decassílabos do "Fanfarrão Minésio" (o governador Luís Cunha Meneses) no governo do "Chile" (a cidade de Vila Rica).
Elas são sempre dirigidas a "Doroteu" (que tem uma epístola após as 13 cartas), ninguém mais do que Cláudio Manuel da Costa.
As Cartas chilenas, por outro lado, completam a obra de Gonzaga.
São poemas satíricos que circularam em Vila Rica pouco antes da Inconfidência Mineira.
Esses poemas eram escritos em versos decassílabos e tinham a estrutura de uma carta, assinada por Critilo e endereçada a Doroteu, residente em Madri.
Nessas cartas, Critilo, habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica), narra os desmandos e arbitrariedades do governador chileno, um político sem moral, despótico e narcisista, o Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais até pouco antes da Inconfidência).
Estes poemas foram escritos numa linguagem bastante satírica, e sua verdadeira autoria foi discutida por muito tempo.
Após os estudos de Afonso Arinos e, principalmente, do trabalho de Rodrigues Lapa, a dúvida acabou: Critilo é mesmo Tomás Antônio Gonzaga e Doroteu é Cláudio Manuel da Costa.


-Um pequeno fragmento da I carta Chilena:

"Não cuides, Doroteu, que vou contar-te

por verdadeira história uma novela

da classe das patranhas, que nos contam

verbosos navegantes, que já deram

ao globo deste mundo volta inteira.

Uma velha madrasta me persiga,

uma mulher zelosa me atormente

e tenha um bando de gatunos filhos,

que um chavo não me deixem, se este chefe

não fez ainda mais do que eu refiro.

................................................................................

Tem pesado semblante, a cor é baça,

o corpo de estatura um tanto esbelta,

feições compridas e olhadura feia;

tem grossas sobrancelhas, testa curta,

nariz direito e grande, fala pouco

em rouco, baixo som de mau falsete;

sem ser velho, já tem cabelo ruço,

e cobre este defeito e fria calva

à força de polvilho que lhe deita.

Ainda me parece que o estou vendo

no gordo rocinante escarranchado,

as longas calças pelo embigo atadas,

amarelo colete, e sobre tudo

vestida uma vermelha e justa farda."

           
Referência:  http://www.enemsimples.info/2011/07/resumo-cartas-chilenas-tomas-antonio.html
                  http://www.passeiweb.com/estudos/livros/cartas_chilenas

                                                     -Layanne Teixeira

Análise do Canto Primeiro de Basílio da Gama.


O Uraguai

"FUMAM ainda nas desertas praias
Lagos de sangue tépidos, e impuros,
Em que ondeiam cadáveres despidos,
Pasto de corvos. Dura inda nos vales
O rouco som da irada artilheria.
MUSA, honremos o Herói, que o povo rude
Subjugou do Uruguai, e no seu sangue
Dos decretos reais lavou a afronta.
Ai tanto custas, ambição de império!
E Vós, por quem o Maranhão pendura
Rotas cadeias, e grilhões pesados,
Herói, e Irmão de Heróis, saudosa, e triste,
Se ao longe a vossa América vos lembra,
Protegei os meus versos. Possa em tanto
Acostumar ao voo as novas asas,
Em que um dia vos leve. Desta sorte
Medrosa deixa o ninho a vez primeira
Águia, que depois foge à humilde terra,
E vai ver de mais perto no ar vazio
O espaço azul, onde não chega o raio.
(...)"


Análise: O Uraguai, poema épico de 1769, critica drasticamente os jesuítas, antigos mestres do autor Basílio da Gama. Ele alega que os jesuítas apenas defendiam os direitos dos índios para ser eles mesmos seus senhores. O enredo situa-se todo em torno dos eventos expedicionários e de um caso de amor e morte no reduto missioneiro. O poema narra o que foi a luta pela posse da terra, travada em princípios de 1757, exaltando os feitos do General Gomes Freire de Andrade. Basílio da Gama dedica o poema ao irmão do Marquês de Pombal e combate os jesuítas abertamente.
É notório a existência do nativismo: referências à terra e ao mundo natural, uma das características presente no arcadismo. 
  

                                                                                  -Maria Fernanda

Análise do Canto Primeiro de Basílio da Gama.


O Uruguai

"FUMAM ainda nas desertas praias
Lagos de sangue tépidos, e impuros,
Em que ondeiam cadáveres despidos,
Pasto de corvos. Dura inda nos vales
O rouco som da irada artilheria.
MUSA, honremos o Herói, que o povo rude
Subjugou do Uruguai, e no seu sangue
Dos decretos reais lavou a afronta.
Ai tanto custas, ambição de império!
E Vós, por quem o Maranhão pendura
Rotas cadeias, e grilhões pesados,
Herói, e Irmão de Heróis, saudosa, e triste,
Se ao longe a vossa América vos lembra,
Protegei os meus versos. Possa em tanto
Acostumar ao voo as novas asas,
Em que um dia vos leve. Desta sorte
Medrosa deixa o ninho a vez primeira
Águia, que depois foge à humilde terra,
E vai ver de mais perto no ar vazio
O espaço azul, onde não chega o raio.
(...)"


Análise: O Uraguai, poema épico de 1769, critica drasticamente os jesuítas, antigos mestres do autor Basílio da Gama. Ele alega que os jesuítas apenas defendiam os direitos dos índios para ser eles mesmos seus senhores. O enredo situa-se todo em torno dos eventos expedicionários e de um caso de amor e morte no reduto missioneiro. O poema narra o que foi a luta pela posse da terra, travada em princípios de 1757, exaltando os feitos do General Gomes Freire de Andrade. Basílio da Gama dedica o poema ao irmão do Marquês de Pombal e combate os jesuítas abertamente.
É notório a existência do nativismo: referências à terra e ao mundo natural, uma das características presente no arcadismo. 
  

                                                                                  -Maria Fernanda

sábado, 5 de novembro de 2016

Análise do Canto II do Livro Camuru - Frei Jose de Santa Rita Durão


Caramuru

Canto II

XVII


Não era assim nas aves fugitivas,

Que umas frechava no ar, e outras em laços

Com arte o caçador tomava vivas;

Uma, porém, nos líquidos espaços

Faz com a pluma as setas pouco ativas,

Deixando a lisa pena os golpes lassos.

Toma-a de mira Diogo e o ponto aguarda:

Dá-lhe um tiro e derruba-a com a espingarda.


Estando a turba longe de cuidá-lo,

Fica o bárbaro ao golpe estremecido

E cai por terra no tremendo abalo

Da chama do fracasso e do estampido;

Qual do hórrido trovão com raio e estalo

Algum junto a quem cai fica aturdido,

Tal Gupeva ficou, crendo formada

No arcabuz de Diogo uma trovoada.


Toda em terra prostrada, exclama e grita

A turba rude em mísero desmaio,

E faz o horror que estúpida repita

Tupã, Caramuru, temendo um raio.

Pretendem ter por Deus, quando o permita

O que estão vendo em pavoroso ensaio,

Entre horríveis trovões do márcio jogo,

Vomitar chamas e abrasar com fogo.


Desde esse dia, é fama que por nome

Do grão Caramuru foi celebrado

O forte Diogo; e que escutado dome

Este apelido o bárbaro espantado.

Indicava o Brasil no sobrenome,

Que era um dragão dos mares vomitado;

Nem de outra arte entre nós antiga idade

Tem Joce, Apolo e Marte por deidade.


Referência: http://www.escritas.org/pt/t/8463/caramuru#cmtPanel


Análise: 

Este é um trecho do livro poético Camuru, este trecho fala sobre o naufrágio de Diogo, e de como estava o tempo, o lugar e como aconteceu. Podemos ver no texto, a presença de muitas características do arcadismo, como por exemplo, a valorização da natureza no trecho "Não era assim nas aves fugitivas,Que umas frechava no ar, e outras em laços..." podemos observar também referências às culturas greco-romanas no trecho "Que era um dragão dos mares vomitado; Nem de outra arte entre nós antiga idade, Tem Joce, Apolo e Marte por deidade." entre outras...


                          - Aleksandher Pacheco Santos

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Análise do poema "A uma senhora que o autor conheceu no Rio de Janeiro e viu depois na Europa" de Basílio da Gama

A uma senhora que o autor conheceu no Rio de Janeiro e viu depois na Europa

"Na idade em que eu brincando entre os pastores
Andava pela mão e mal andava,
Uma ninfa comigo então brincava
Da mesma idade e bela como as flores.

Eu com vê-la sentia mil ardores.
Ella punha-se a olhar e não falava ;
Qualquer de nós podia ver que amava,
Mas quem sabia ento que eram amores ?

Mudar de sitio à ninfa já convinha,
Foi-se a outra ribeira; e eu naquela
Fiquei sentindo a dor que n'alma tinha.

Eu cada vez mais firme, ela mais bela;
Não se lembra ela já de que foi minha,
Eu ainda me lembro que sou dela !..."
                                                               -Basílio da Gama


Análise: Temos na poesia figuras de linguagem, tais como a comparação e a hipérbole. A comparação existente neste poema é quando ele compara sua amada a uma bela flor que se encontra no quartos verso. Já a hipérbole está presente quando o eu lirico diz ''Eu com vê-la sentia mil ardores'', o termo sendo utilizado, que é a hipérbole (exagero) é o" ''mil ardores''. E podemos observar também o uso do bucolismo no poema, principalmente neste trecho "Mudar de sítio à ninfa já convinha, foi-se a outra ribeira; e eu naquela, fiquei sentindo a dor que n'alma tinha.

Referência: http://arcadismo05.blogspot.com.br/p/poesias.html

                                                             -Layanne Teixeira

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Análise do soneto XXII de Cláudio Manuel da Costa.

                                                            Soneto XXII

"Neste álamo sombrio, aonde a escura
Noite produz a imagem do segredo;
Em que apenas distingue o próprio medo
Do feio assombro a hórrida figura;

Aqui, onde não geme, nem murmura
Zéfiro brando em fúnebre arvoredo,
Sentado sobre o tosco de um penedo
Chorava Fido a sua desventura.

As lágrimas a penha enternecida
Um rio fecundou, donde manava
D’ânsia mortal a cópia derretida:

A natureza em ambos se mudava;
Abalava-se a penha comovida;
Fido, estátua da dor, se congelava."
                                                            -Cláudio Manuel da Costa.


Análise: O autor passa a angústia que o pastor Fido passa, que é tanta que acaba se misturando ao ambiente em que ele se encontra, ele quis passar essa metamorfose entre indivíduo e meio, interligando-os. O local é descrito como obscuro, assustador, quieto, rústico e misterioso e os sentimentos tristonhos, angustiados e doloridos dele acabam realizando uma conexão com o meio externo.

                                                                   -Pedro Menendes

Análise de Marília de Dirceu Parte 1 - Lira XIV do autor Tomás Antônio Gonzaga


Lira XIV

"Minha bela Marília, tudo passa;

A sorte deste mundo é mal segura;

Se vem depois dos males a ventura,

Vem depois dos prazeres a desgraça.

Estão os mesmos Deuses

Sujeitos ao poder impio Fado:

Apolo já fugiu do Céu brilhante,

Já foi Pastor de gado.


A devorante mão da negra Morte

Acaba de roubar o bem, que temos;

Até na triste campa não podemos

Zombar do braço da inconstante sorte.

Qual fica no sepulcro,

Que seus avós ergueram, descansado;

Qual no campo, e lhe arranca os brancos ossos

Ferro do torto arado.


Ah! enquanto os Destinos impiedosos

Não voltam contra nós a face irada,

Façamos, sim façamos, doce amada,

Os nossos breves dias mais ditosos.

Um coração, que frouxo

A grata posse de seu bem difere,

A si, Marília, a si próprio rouba,

E a si próprio fere.


Ornemos nossas testas com as flores.

E façamos de feno um brando leito,

Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,

Gozemos do prazer de sãos Amores.

Sobre as nossas cabeças,

Sem que o possam deter, o tempo corre;

E para nós o tempo, que se passa,

Também, Marília, morre.


Com os anos, Marília, o gosto falta,

E se entorpece o corpo já cansado;

triste o velho cordeiro está deitado,

e o leve filho sempre alegre salta.

A mesma formosura

É dote, que só goza a mocidade:

Rugam-se as faces, o cabelo alveja,

Mal chega a longa idade.


Que havemos de esperar, Marília bela?

Que vão passando os florescentes dias?

As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;

E pode enfim mudar-se a nossa estrela.

Ah! Não, minha Marília,

Aproveite-se o tempo, antes que faça

O estrago de roubar ao corpo as forças

E ao semblante a graça."

                                                           -Tomás Antônio Gonzaga

Percebo que nesta lira, o autor traz uma atitude típica de "Carpe diem" (Aproveite o dia). Ele propõe à amada que esta aproveite cada segundo de seu precioso tempo, antes que a beleza de sua mocidade se vá e que o tempo leve consigo sua formosura e, consequentemente, suas forças. Podemos incluir essa visão nos dias atuais nas nossas vidas de modo que busquemos aproveitar nosso tempo de forma mais sábia e proveitosa dando mais valor às coisas simples e verdadeiramente importantes da vida. Em suma, percebemos que o autor nos instiga a fazer uma reflexão necessária e singular à nossa realidade.

Referência: http://www.triplov.com/poesia/Tomas_Antonio_Gonzaga/Marilia_de_Dirceu/Marilia1/Lira_14.htm

                                                         - Allayne Souza

domingo, 30 de outubro de 2016

Biografia de Cláudio Manuel da Costa

                                                          Cláudio Manuel da Costa

Cláudio Manuel da Costa nasceu em mariana, minas gerais, em 1729 e morreu em 1789, em Ouro preto. Produziu poemas com temática pastoril, com estrutura perfeita de soneto, além de trazer reflexões sobre a vida, sobre a moral e sobre o amor.

O poeta é considerado o primeiro do movimento árcade no Brasil, embora ainda apresente tenha em suas obras, características barrocas em toda a sua obra, principalmente em relação aos estilos cultista e conceptista. Por isso, costuma-se dizer que Claudio é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo.

Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação de Vila Rica.


--> Trecho do poema Vila Rica, Canto VII :

O conceito, que pede a autoridade,

Necessária se faz uma igualdade

De razão e discurso; quem duvida,

Que de um cego furor corre impelida

A fanática idéia desta gente?

Que a todos falta um condutor prudente

Que os dirija ao acerto? Quem ignora

Que um monstruoso corpo se devora

A si mesmo, e converte em seu estrago

O que pensa e medita? Ao brando afago

Talvez venha ceder: e quando abuse

Da brandura, e obstinados se recuse

A render ao meu Rei toda a obediência,

Então porei em prática a violência;

Farei que as armas e o valor contestem

O bárbaro atentado; e que detestem

A preço do seu sangue a torpe idéia.


--> Outras obras do autor são:

- Culto Métrico, 1749.

- Munúsculo Métrico,1751

- Epicédio, 1753.

- Obras Poéticas de Glauceste Satúrnio , 1768.

- O Parnaso Obsequioso e Obras Poéticas, 1768.

- Vila Rica, 1773.

- Poesias Manuscritas, 1779.


Referências:
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udio_Manuel_da_Costa
- http://brasilescola.uol.com.br/literatura/claudio-manuel-costa.htm
- http://www.soliteratura.com.br/biografias/biografias004.php.

                                                           -Isabel Mariano

Biografia de José Basilio da Gama

José Basilio da Gama

Basilio foi um poeta luso-brasileiro que escrevia sobre pseudonímo. José Nasceu no arraial de São José do Rio das Mortes em 10 de abril de 1740, depois São José d'El Rei (hoje cidade de Tiradentes) Minas Gerais. O seu pai foi Manuel da Costa Vila-Boas, capitão-mor do Novo Descobrimento, e sua mãe foi uma das netas do oficial militar Leonel da Gama Belles.

Em 1757, já órfão de pai, começou a frequentar o Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro. Quando, dois anos depois, em 1759, Gomes Freire de Andrade, 1.º Conde de Bobadela, ordenou fechar o colégio, como parte da campanha de perseguição movida pela Coroa de Portugal contra a Companhia de Jesus, o jovem Basílio manteve-se fiel à sua vocação e seguiu para Roma, à procura do apoio da igreja católica para a sua fé.

Entre os anos de 1760 e 1766 foi admitido, graças ao poeta Michel Giuseppe Morei na Arcádia Romana, com o pseudônimo de "Termendo Sipilho". O fato de um poeta da Brasil colônia ter sido admitido em uma agremiação tão importante quanto a Arcádia Romana pressupõe que, quase certamente, ele teria sido recomendado pelo clero jesuítico português.

No decorrer de 1768 está de novo no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, mas retorna à Europa, dirigindo-se para Coimbra. Nesta ocasião foi detido em Lisboa, acusado de simpatia para com os jesuítas. Em troca da liberdade, prometeu às autoridades ir viver em Angola. Logo em seguida, buscando evitar o degredo, capitulou diante do poder exercido pelo futuro Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal, responsável direto pela perseguição aos jesuítas.

Num período em que estava em Lisboa veio a falecer, em 31 de julho de 1795, tendo sido sepultado na Igreja da Boa Hora.


Principais Obras:

Epitalâmio às núpcias da Sra. D. Maria Amália (1769)
O Uraguai (1769)
A declamação trágica (1772)
Os Campos Elíseos (1776)
Relação abreviada da República e Lenitivo da saudade (1788)
Quitúbia (1791) 

Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlio_da_Gama
http://educacao.uol.com.br/biografias/basilio-da-gama.htm
http://www.soliteratura.com.br/arcadismo/arcadismo05.php

                                                         - Aleksandher Pacheco

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Biografia de Tomás Antônio Gonzada (Dirceu)

                                            Tomás Antônio Gonzaga

Tomás Antônio Gonzaga nasceu na cidade do Porto, Portugal, em 11 de agosto de 1744, filho de pai brasileiro e mãe Português-Inglês.

Ele recebeu sua educação no Brasil e, em seguida, foi para Portugal para estudar Direito na Universidade de Coimbra.

Gonzaga é um poeta árcade que ficou conhecido pela obra Marília de Dirceu. É lembrado por ter participado da Inconfidência Mineira, atuação que lhe rendeu um tempo na prisão e a extradição para Moçambique. Era apaixonado por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, identificada como a Marília de seus poemas, mas acabou se casando com Juliana de Sousa Mascarenhas.

Tomás é conhecido como Dirceu e é considerado um dos maiores poetas do Arcadismo brasileiro. Seus versos, fugindo à tendência da época, são marcados por expressão própria. É possível perceber que em poemas, há uma grande presença dos elementos do arcadismo, como a natureza, o bucólico e o pastoril. Gonzaga colocava muitas declarações para a amada em seus poemas, por isso é possível ver com clareza características românticas em suas obras.

Como Dirceu é considerado um dos maiores poetas do Arcadismo, vale lembrar que o Arcadismo tem como características: a busca por uma vida simples, pastoril, a valorização da natureza e do viver o presente (pensamentos causados por inspiração a frases de Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”- aproveite o dia).


-->Suas principais obras são:

-Marília de Dirceu;
-Cartas Chilenas;
-Tratado de Direito Natural.


Referências:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/tomas-antonio-gonzaga/tomas-antonio-gonzaga.php
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_Ant%C3%B4nio_Gonzaga
http://brasilescola.uol.com.br/literatura/arcadismo-brasil.htm

                                                       - Letícia Gomes.

Biografia do Frei José de Santa Rita Durão

                                                    José de Santa Rita Durão

José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, Minas Gerais, em 1722. Seus estudos tiveram início com os jesuítas no Rio de Janeiro. Doutorou-se em Teologia e Filosofia pela Universidade de Coimbra e ingressou na Ordem de Santo Agostinho. Nesse período, por volta de 1759, fez uma pregação contra os padres da Companhia de Jesus pela expulsão dos jesuítas, mas depois se arrependeu.
Viajou pela Espanha, Itália e França, quando publicou seu poema épico chamado Caramuru, em 1781, o qual tem como subtítulo “Poema épico do Descobrimento da Bahia". O poema segue a estrutura dos versos camonianos (de Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.


Os 10 cantos citados acimas são:

- Canto VII [Entre outros bichos de que o bosque abunda]

- Canto VII [Vão pelo ar loquazes papagaios]

- Canto VII [Vêem-se cobras terríveis, monstruosas]

- Canto II [Acaso soube que a Gupeva viera]

- Canto VII [Distingue-se entre as mais na forma e gosto]

- Canto VI [É fama então que a multidão formosa]

- Canto II [Não era assim nas aves fugitivas]

- Canto VII [Das frutas do país a mais louvada]

- Canto VII [O mais rico e importante vegetável]

- Canto IV [Se o sacro ardor, que ferve no meu peito]

                         
                                                                                    -Maria Fernanda

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Questões sobre o Barroco encontradas no ENEM

(ENEM 2012)
Questão 131:

(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.

gabarito oficial: 1. B
Resolvendo passo-a-passo:
As artes plásticas do barroco, no Brasil, só desenvolveram grande impulso, no século XVIII, também conhecido como “século do ouro”. Nesse período, as igrejas seguiam as influências barrocas em sua construção, junto aos preceitos da Contrarreforma, com o intuito de reforçar o sentimento religioso, o que confirma a letra B. As letras A, C e E estão erradas porque, nas artes plásticas, as obras seguiam as demandas de corporações eclesiásticas e voltava-se também à exigência de um público aristocrático.



(ENEM 2014)

Questão  111
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela Alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.

(DAMASCENO,  D. Melhores  poemas: Gregório de  Matos. São Paulo: 2006)
Com uma  elaboração de   linguagem e uma visão  de  mundo  que  apresentam  princípios barrocos, o   soneto de  Gregório de  Matos apresenta  temática expressa  por
(A) visão cética  sobre as relações  sociais.
(B) preocupação com  a identidade  brasileira.
(C) crítica  velada à forma de governo  vigente.
(D) reflexão sobre dogmas do  Cristianismo.
(E) questionamento das  práticas  pagãs  na Bahia.

Gabarito oficial: C
Comentário:
O  texto de  Gregório de  Matos  apresenta uma intertextualidade clara com  as  Sagradas Escrituras. Para  resolver  a  questão, o  candidato  deve recordar as  características  da poética  daquele escritor. O  poeta  barroco  utilizava  sua   literatura como meio de criticar a  sociedade de sua  época, ainda que o   fizesse  por  meio de  metáforas, como  ocorre no texto acima.



(ENEM 2013)
Questão 107

O trecho faz parte do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Nessa parte do romance, há um diálogo entre dois personagens. A fala transcrita revela um falante que utiliza uma linguagem

 a) informal, com estruturas e léxico coloquiais.
 b) regional, com termos característicos de uma região.
 c) técnica, com termos de áreas específicas.
 d) culta, com domínio da norma padrão.
 e) lírica, com expressões e termos empregados em sentido figurado.

Gabarito oficial: E

Comentário:
Temos como exemplo de forma lírica o trecho: "mas vós lho não podíeis dar" [...], a linguagem lírica predomina-se nas cantigas Barrocas, marcadas pela sua forma de escrita e seu sentido figurado, que nos faz pensar mais ao assunto do texto.
(Esta questão que achamos, não tinha gabarito, por isso eu e a aluna "Maria Fernanda Muniz" fizemos nosso próprio gabarito e comentário, pedimos à vocês do grupo que nos ajude e nos corrija se estiver algo errado em nossas conclusões, favor colocar isso nos comentários por favor) Ass: Aleksandher e Maria.


QUESTÃO 110

Casa dos Contos

& em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
nto & em cada arco te a
barco & em cada porta m
e perco & em cada lanço t
e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
dra te prendo & em cada g
rade me escravo & em ca
da sótão te sonho & em cada
esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
m cada fosso me enforco &
(ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.)

O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que

(A) a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social.
(B) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira.
(C) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita.
(D) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários.
(E) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.

Gabarito oficial : E

Comentário

Esta  é uma questão de nível difícil,  pois – em   uma  leitura desatenta –  o  estudante pode  não perceber  a  relação entre o texto de  1975 e a produção  literária do século   XVIII.  O  aluno deve  observar que  o poema usado no  Exame tem   características estéticas do  Concretismo, mas  sua  referência  são  os poetas árcades, envolvidos com a Inconfidência  Mineira.

A  primeira  referência  ao movimento  literário do   século XVIII é  o   título:  “Casa dos  Contos” é um dos  prédios  do  sistema de  museus de  Ouro Preto  (antiga  Vila  Rica). A  construção  foi, originalmente, a  “Casa de  Contratos”, destinada ao  recolhimento de  impostos;  no  entanto,  em  1789, passou a ser a Sede da Administração e Contabilidade Pública da Capitania de Minas Gerais (daí ser  chamada Casa dos Contos) e serviu de prisão aos  Inconfidentes (entre eles, os Tomás Antônio Gonzaga e  Claudio Manoel da  Costa).

O estudante deve   perceber  que  o   poema  é  uma descrição do prédio  onde  os  inconfidentes foram  presos: “… em cada  porta…”, “… em  cada arco…”, “… em cada  porta”…, “… em cada fosso…”, “… em cada Claudio…”.

                                         - Aleksandher e Maria Fernanda

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Informações e alguns exemplos sobre Arquitetura Barroca


                                                       Arquitetura Barroca
A arquitetura barroca está fortemente interligada a Igreja Católica, pois ela se manifestou com destaque somente em países católicos e em muitas obras da igreja em seu tempo.

A arquitetura barroca é caracterizada pela complexidade na construção do espaço e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferência por plantas axiais ou centralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas e côncavas, pela exploração de efeitos dramáticos de luz e sombra, e pela integração entre a arquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral.

O barroco chegou ao Brasil no século XVIII, pelos portugueses, cem anos após seu início na Europa. Quando chegou ao Brasil, sofreu fortes influências francesas, italianas e espanholas. O barroco iniciou-se no Brasil no Nordeste e Sudeste, mas, foi se espalhando pelo país ao longo dos anos.


Interior da igreja e mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro


 Santuário do Bom Jesus dos Matozinhos, em Congonhas
                                                                   

Fonte: https://arquiteturadobrasil.wordpress.com/o-barroco-no-brasil/
https://michelechristine.wordpress.com/a-arquitetura/arquitetura-barroca/

                                                          -Pedro Menendes

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Análise do soneto "Amor Fiel" de Gregório de Matos


Amor Fiel

“ Ó tu do meu amor fiel traslado
Mariposa entre as chamas consumida,
Pois se à força do ardor perdes a vida,
A violência do fogo me há prostrado.

Tu de amante o teu fim hás encontrado,
Essa flama girando apetecida;
Eu girando uma penha endurecida,
No fogo que exalou, morro abrasado.

Ambos de firmes anelando chamas,
Tu a vida deixas, eu a morte imploro
Nas constâncias iguais, iguais nas chamas.

Mas ai! que a diferença entre nós choro,
Pois acabando tu ao fogo, que amas,
Eu morro, sem chegar à luz, que adoro.”
                                                                      -Gregório de Matos



Gregório de Matos, sempre opta por, através da contradição, evidenciar em seus poemas a importância pessoal das coisas. É dessa forma que ele costuma analisar as características do estilo barroco. No soneto acima, o amor (neste caso concebido e perdido) é comparado à morte da amada, como se fosse uma oposição entre a luz (amor) e a escuridão (morte). Veja que a morte da amada está em um sentido figurado, o que significa que a amada entregou-se a outro amor, outro fogo, é isto que o poeta considera como morte. Vida, para o poeta, é o amor que ele próprio sente. E ainda neste soneto podemos encontrar metáforas que são frequentes na poesia barroca. (“Fogo” para o amor e “Luz” para a amada).
                                                                      -Allayne Souza

Referência:https://www.mensagenscomamor.com/poemas-gregorio-de-matos

Informações e alguns exemplos sobre as Pinturas e as Músicas Barrocas


O barroco foi desenvolvido em um tempo de conflito entre antropocentrismo e teocentrismo, a arte barroca era extremamente relacionado a essa oposição. Para provocar o observador da obra barroca, o artista usava de um sensualismo e uma idealização amorosa que abusava das possíveis cenas cotidianas, dos temas religiosos e das cenas mitológicas.

A harmonia que o autor da obra queria passar esteve sempre em comunhão com tudo que estava ali expresso na sua produção. O conjunto harmonioso da obra era o essencial nessa arte.

Pinturas barrocas:

Pintura de Gênero Holandesa (séc. XVII).



Las Meninas, de Diego Velázquez, feito em Prado


Músicas Barrocas:


Uma mudança no mundo da música ocorreu no barroco, pois os ritmos, que até então e Novos tons dentro das escalas diatônicas foram acrescentados, a composta por oito notas, que ao contrário do modo antigo, eram usados apenas um tom constante e idênticos. A partir da influência da música barroca, um novo gênero nasceu: um drama cantado, as notáveis óperas.

No Brasil, a música barroca se manifestou através de poucos compositores, O principal artista da música barroco Brasileira foi Padre José Nunes Garcia (considerado uma grande glória brasileira)

-Gradual de São Sebastião;
-Gradual Dies Sanctificatus ;
-A solidão da noite ;


REFERÊNCIAS:
- http://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-arte-barroca-na-pintura.htm
- http://arte-barroca.info/musica-barroca.html
                                                                             -Isabel Mariano

domingo, 9 de outubro de 2016

Informações e alguns exemplos sobre a Literatura e Esculturas Barrocas


                                        Literatura Barroca:


O período em que a literatura barroca se fez presente na história da literatura brasileira, foi logo após o período do renascimento. A palavra “Barroco”, de acordo com a origem mais aceita, veio da palavra “Barueco” que significa pérola ou jóia irregular. Isso foi associado devido às criticas que, segundo os clássicos era irregular e de mau gosto.
A literatura barroca no Brasil foi introduzida pelos portugueses. Por isso, a produção literária nesse período não é reconhecida como nativa do Brasil, mas sim como um estilo absorvido pelos brasileiros no período colonial.
Com linguagem dramática e cheia das figuras de linguagem, (hipérboles, metáforas, anacolutos e antíteses), o barroco era a arte do contraste e do conflito. Fé x razão, corpo x alma, vida x morte, entre outros. Em todas as produções deste estilo essa característica é marcante, mas nem sempre expondo apenas os contrários, mas integrando um ao outro.
Marcada pelo desencantamento com o mundo e com o ser humano, a arte barroca exprimia em sua concepção a ideia de que tudo é passageiro, e de que tudo muda.

                                        Esculturas Barrocas:

As esculturas barrocas eram símbolos de devoção, por isso, eram encontradas tanto nas igrejas quanto nas casas. As primeiras esculturas barrocas que chegaram ao Brasil eram de origem portuguesa, e ao longo do período barroco, as importações continuaram. Entretanto no século XVII foram criadas, pelos religiosos Franciscanos e Beneditinos, escolas que ensinavam a arte de esculpir, e o suporte usado por eles era o barro.
As escolas mais importantes estavam localizadas em Salvador e Pernambuco, as mesmas produziam peças de alta qualidade. Por falta de assinaturas, algumas esculturas permanecem anônimas, pois somente a análise de estilo não são suficientes para determinar o autor da obra.
O escultor, arquiteto e decorador Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho e o Pintor Manuel da Costa Ataíde são os principais representantes da Arte Barroca no Brasil. Ambos criaram estilo próprio de construir usas obras.
Minas Gerais é considerado um lugar de grande produção barroca, pois era um estado rico e cheio de minas, por esse motivo o século em que o barroco brasileiro estava no auge foi chamado de século do ouro.

Exemplos de esculturas barrocas:

 
Relevo no pórtico da Igreja de São Francisco em São João del-Rei.



Retábulo da capela-mor da Igreja de São Francisco em São João del-Rei.


Cena do carregamento da cruz (obra de Aleijadinho), na Via Sacra de Congonhas


Esculturas dos Sete Povos das Missões no Rio Grande do Sul.

Referencias:
http://brarrocando.blogspot.com.br/2011/12/escultura-barroca-no-brasil.html

                                                                                        - Letícia Gomes

Sermão da Sexagésima - Análise de um trecho



Trecho do “Sermão da Sexagésima” de Padre Antônio Vieira

“Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há um homem que em um sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos omnipotente, assim a sua palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, porque não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.”

Análise:

Padre Antônio, em minha opinião, está querendo questionar o modo como pregamos a palavra de Deus e se os que pregam realmente seguem aquilo que dizem. A hipocrisia dos que nos passam os ensinamentos de Deus, a palavra deve ser passada além da fala, com exemplos. Que confiança você teria em um cardiologista que se alimenta incessantemente de frituras? O problema não está no provedor das bênçãos, da palavra, que é Deus, nem no receptor ou ouvinte, mas sim no intermediário entre eles que seria o pregador.
                                                                            -Pedro Menendes 

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Análise do poema "Buscando a Cristo" de Gregório de Matos


Análise do poema "Buscando a Cristo"

"A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.

A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.

A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me

A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme."
                                                           -Gregório de Matos



Gregório com esse poema, na minha visão quis trazer a infinidade do amor de Deus e o seu perdão absoluto, outra coisa que percebi, é que o poeta associa a cada parte do corpo crucificado uma ação dele, ao mesmo tempo que os braços de Cristo estão abertos para receber, estão cravados para o castigar. Gregório traz também várias características do Barroco como a anáfora (repetição de palavras no inicio de dois ou mais versos), e contradição amorosa. O autor também traz em muitas partes do texto o uso de metonímias, na última estrofe podemos perceber a presença de fusionismo, que é o desejo do fiel de se achegar mais a Deus ficar mais junto à Ele. O sistema de rimas utilizado segue um certo padrão.
                                                     -Aleksandher Pacheco Santos

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Análise do poema "Inconstância das coisas do mundo!" de Gregório de Matos

    Inconstância das coisas do mundo!

"Nasce o Sol e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas e alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se a tristeza,
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza.
A firmeza somente na inconstância."
                                                               
                                                  -Gregório de Matos

Percebo que Gregório ao escrever esse belíssimo poema, busca instigar as pessoas a pensarem sobre o quão a vida é curta e bela, e também a refletirem sobre as incertezas que passamos durante ela. Devido a nossa ignorância, não damos o devido valor ao nascer e ao pôr do sol, à natureza e as alegrias que temos ao observar e nos deslumbrar devido a pequenos detalhes.
Esse poema faz várias críticas à humanidade, e Gregório nos mostra também, como as coisas são passageiras, que nada é eterno e que uma coisa nos remete à outra e assim sucessivamente. Realmente, é um maravilhoso poema que nos instiga a muitos pensamentos e à várias reflexões sobre ele.

Referência: https://pensador.uol.com.br/poesias_de_gregorio_do_matos/

                                                                                              -Layanne Teixeira

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Análise do "Sermão de Santo Antônio aos Peixes", do Padre Antônio Vieira



"Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!
Suposto, pois, que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra? O que se há-de fazer ao sal que não salga, Cristo o disse logo: Quod si sal evanuerit, in quo salietur? Ad nihilum valet ultra, nisi ut mittatur foras et conculcetur ab hominibus. «Se o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há-de fazer, é lançá-lo fora como inútil para que seja pisado de todos.» Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não pronunciara? Assim como não há quem seja mais digno de reverência e de ser posto sobre a cabeça que o pregador que ensina e faz o que deve, assim é merecedor de todo o desprezo e de ser metido debaixo dos pés, o que com a palavra ou com a vida prega o contrário.
Isto é o que se deve fazer ao sal que não salga. E à terra que se não deixa salgar, que se lhe há-de fazer? Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evangelho; mas temos sobre ele a resolução do nosso grande português Santo António, que hoje celebramos, e a mais galharda e gloriosa resolução que nenhum santo tomou."


No Sermão de Santo Antônio aos Peixes, Vieira junta sua devoção ao santo à preocupação que o levaria, dias depois da pregação, a fugir secretamente para Portugal: a questão da escravidão e dos maus tratos contra os indígenas. A alegoria e a ironia são a chave de um discurso argumentativo que quer levar o ouvinte à reflexão. Ao mesmo tempo, a saudação inicial “Vós sois o sal da terra” é um chamamento à participação ativa na sociedade.
A discussão sobre as virtudes e os vícios humanos passa necessariamente por uma preocupação social. A ideia de que peixes maiores comem os peixes menores, ou seja, que a grandeza de cada um na sociedade tem valor relativo, surge espantosamente à frente do seu tempo. Em plena era mercantil, o texto de Vieira, por meio da alegoria, desvenda para os colonos do Maranhão a realidade da competição proto-capitalista: são peixes grandes na colônia, pois escravizam os nativos, que consideram inferiores, porém, uma vez na metrópole, serviriam de alimento para outros peixes maiores, contra os quais não teriam defesa.
Portanto, o texto de Vieira, datado do século XVII, traz para nós uma inquietante contemporaneidade, pois seus temas principais são a ganância humana e a corrupção da sociedade, assuntos mais do que presentes em nosso cotidiano. Por meio de sua linguagem finamente elaborada, Vieira nos faz refletir sobre os desafios da sociedade de seu tempo, nos ajudando também a pensar sobre a nossa realidade.

Referência:  
http://sermoesdaveracidade.blogspot.com.br/2012/12/sermao-de-santo-antonio-aos-peixes.html

                                                                                                              - Maria Fernanda

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Análise do "Sermão do bom ladrão" escrito pelo Padre Antônio Vieira


                                                 "Sermão do bom ladrão"

O barroco foi um período do século XVI que gerou uma nova visão de mundo através de lutas religiosas dentre outras características. Um dos artistas mais conhecidos da literatura barroca é o padre Antônio Vieira, que escreveu vários sermões em estilo conceptista (jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista, que utiliza uma retórica aprimorada).
Sua obra "sermão do bom ladrão" foi escrito em 1644, mas seu contexto pode ser interpretado nas atuais questões políticas do Brasil, em uma perspectiva religiosa.

Vieira assentou:

"E aqui se deve advertir uma notável diferença (em que se não repara) entre a fazenda dos reis a e dos particulares. Os particulares, se lhes roubam a sua fazenda, não só não são obrigados a restituição, antes terão nisso grande merecimento se o levarem com paciência; e podem perdoar o furto a quem os roubou. Os reis são de muito pior condição nesta parte: porque, depois de roubados têm eles obrigação de restituir a própria fazenda roubada, nem a podem demitir, ou perdoar aos que roubaram. A razão da diferença é, porque a fazenda do particular é sua; a do rei não é sua, senão da república."

Em nossa sociedade atual, a cultura da corrupção está entre nós e os prejuízos são evidentes, acima de tudo em termos de cultura política, dominando a tese de que o mundo é dos espertos e de que a lei não alcança a todos de forma igual. O prejuízo da corrupção acada sendo do povo brasileiro, como dito em um trecho do padre:

"A razão da diferença é, porque a fazenda do particular é sua; a do rei não é sua, senão da república"

O escritor atrelou essa ideia de roubo à salvação, como na passagem:

"Levarem os reis consigo ao paraíso os ladrões, não só não é companhia indecente, mas ação tão gloriosa e verdadeiramente real, que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que admitiu na cruz o título de rei.

Mas o que vemos praticar em todos os reinos do mundo é, em vez de os reis levaram consigo os ladrões ao paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno. "

O barroco possui um dualismo entre espírito e razão, como pode se ver no sermão de Antônio e possui uma postura bem independente.

Link para baixar o sermão:
-http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action&co_obra=16404

REFERÊNCIAS:
- http://www.lendo.org/sermoes-padre-antonio-vieira/- https://flitparalisante.wordpress.com/2013/11/24/sermao-do-bom-ladrao-basta-senhor-que-eu-porque-roubo-em-uma-viatura-sou-ladrao-e-vos-porque-roubais-em-uma-forca-publica-sois-governador/- https://oceanoazulresearch.wordpress.com/2010/06/07/corrupcao-no-brasil-uma-analise-sociologica/- http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/barroco-no-brasil.htm- http://conceptismo.blogspot.com.br/2008/10/caractersticas-do-barroco-conceptista.htmll
       
                                                                                                      -Isabel Mariano

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Análise do poema " Ao mesmo assunto e na mesma ocasião" de Gregório de Matos

Gregório é considerado um dos maiores autores da época de barroco pelo fato de abordar críticas sobre a desordem do mundo e as desilusões do homem perante a realidade e por apresentar conflitos entre o terreno e o divino, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo). Gregório usava linguagens que eram comuns de se ver em artes literárias barrocas, como: metáfora, antítese, paradoxo, hipérbole, etc.
Ao mesmo assunto e na mesma ocasião "Pequei Senhor; mas não porque hei pecado, da vossa alta clemência me despido; porque, quanto mais tenho delinqüido, vos tenho a perdoar mais empenhado. 

Se basta a vos irar tanto pecado, 
a abrandar-vos sobeja um só gemido: 
que a mesma culpa, que vos há ofendido 
vos tem para o perdão lisonjeado.

 Se uma ovelha perdida, e já cobrada 
glória tal e prazer tão repentino 
vos deu, como afirmais na sacra história, 

 Eu sou Senhor, a ovelha desgarrada, 
cobrai-a; e não queirais, pastor divino, 
perder na vossa ovelha, a vossa glória."
                                                             - Gregório de Matos

  Creio eu que a mensagem que Gregório quis passar através deste poema, é que nós somos pecadores e erramos, não porque existe pecado, mas sim pelo fato de não sermos perfeitos. Gregório também acredita que é no erro que você encontra o perdão de Deus, pois quando há um compromisso com o Senhor, queremos agradar a ele. O mesmo pecado que traz desonra e angústia a ele, traz a salvação e um perdão grandioso. Gregório assume que é uma “ovelha perdida” pelo fato de ter pecado perante aos olhos do senhor, mas afirma que Deus não quer perdê-lo pelo simples fato de que mesmo sendo um pecador, ele é uma ovelha querida e amada. “Eu sou Senhor, a ovelha desgarrada, cobrai-a; e não queirais, pastor divino, perder na vossa ovelha, a vossa glória.” O perdão pelo pecado cometido é tão grande que lhe deixa envergonhado. “[...] que a mesma culpa, que vos há ofendido vos tem para o perdão lisonjeado.”
 Eu, Letícia, também acredito que o perdão de Deus é tão grande que acaba nos deixando envergonhados!

                                                                                                         - Letícia Gomes

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Biografia e principais obras de Padre Antônio Vieira

Famoso no Brasil e em Portugal, Padre Antônio Vieira nasceu na capital lusitana em 1608 e se mudou para a Bahia com sua família aos seis anos de idade. Ali iniciou seus estudos no colégio jesuíta e aos 21 anos já instruía no colégio de Teologia em Salvador. No ano de 1640, Vieira retornou a Portugal e lá foi nomeado Pregador-régio, título que o fez ficar na sua terra natal até 1652, quando finalmente resolveu voltar às terras brasileiras. Tornou-se chefe de uma missão da Igreja no Maranhão, mas logo foi expulso da região por ter defendido os indígenas da escravidão imposta pelos colonos portugueses, em 1661. Tocado com o caso, a maior entidade de Portugal interferiu e mandou o missionário para Roma na tentativa de que ele reconstruísse seus direitos como pregador. O padre passou novamente por Portugal, mas não foi bem recebido e retornou ao Brasil em 1681. No ano de 1697, Antônio vieira falece no Colégio da Bahia, em Salvador. Durante sua vida, escreveu mais de 200 sermões, 700 cartas, além de tratados proféticos, relações etc.

 
Principais obras de Padre Antônio Vieira:

- Sermão da Sexagésima
- Sermão de Santo Antônio aos Peixes
- Sermão de Nossa Senhora do Rosário
- Sermão da Quinta Dominga da Quaresma
- Sermão do Mandato
- Sermão da Epifania
- Sermão da primeira Oitava da Páscoa
- Sermão Nossa Senhora do Rosário com o Santíssimo Sacramento
- História do Futuro
- Esperanças de Portugal
- Defesa do livro intitulado Quinto Império
- Maria Rosa Mística
- Entre outros.

Referência bibliográfica: http://www.estudopratico.com.br/vida-e-obras-de-padre-antonio-vieira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira


                                                                                      -Allayne Souza

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Biografia e principais obras de Gregório de Matos

Gregório de Matos Guerra, nascido no dia 23 de dezembro de 1636, era o terceiro filho de um fidalgo português. Nascido no Brasil antes da independência, sua nacionalidade era portuguesa, assim como todos os brasileiros de sua época, pois o Brasil só se tornaria independente no século XIX e todos que nasciam antes da independência eram considerados luso-brasileiros. Ao contrário dos irmãos mais velhos que não se adequaram aos estudos, Gregório recebeu instrução na infância e adolescência e foi enviado para a Universidade de Coimbra, onde se bacharelou em Direito. Além de exercer o Direito, tornou-se também um grande poeta do movimento Barroco Brasileiro. Faleceu no dia 26 de novembro de 1696, aos 59 anos.

Principais poemas de Gregório:

- Beija-flor
- Anjo bento
- Senhora Dona Bahia
- Descrevo que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia
- Finge que defende a honra da cidade e aponto os vícios
- Define sua cidade
- A Nossa Senhora da Madre de Deus indo lá o poeta
- Ao mesmo assunto e na mesma ocasião
- Ao braço do mesmo Menino Jesus quando apareceu
- Soneto - Carregado de mim ando no mundo
- Soneto I - À margem de uma fonte, que corria
- Soneto II - Na confusão do mais horrendo dia
- Soneto III - Ditoso aquele, e bem-aventurado
- Soneto IV - Casou-se nesta terra esta e aquele
- Soneto V - Bote a sua casaca de veludo
- Soneto VI - A cada canto um grande conselheiro
- Entre outros.

Referência bibliográfica: https://pt.wikipedia.org/wiki/Greg%C3%B3rio_de_Matos
                                     http://educacao.uol.com.br/biografias/gregorio-de-matos.htm

                                                                                          -Layanne Teixeira